sexta-feira, 26 de setembro de 2008
sábado, 20 de setembro de 2008
BIBLIOTECA DIGITAL LIVRE!
Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:
· Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
· escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
· Ler obras de Machado de Assis Ou a Divina Comédia;
· ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA
· e muito mais....
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, basta acessar o site:
www.dominiopublico.gov.br <http://www.dominiopublico.
Só de literatura portuguesa são 732obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
sábado, 13 de setembro de 2008
INAUGURAÇÃO
Do site"verdes trigos"
Nova Estação das Letras completa a cadeia produtiva em torno da literatura
Pode apostar: a menor livraria do Rio será também a mais completa no quesito literatura. A partir de setembro, a Estação das Letras, que lançou as bases para a criação de um pólo irradiador de discussão e conhecimento do fazer literário no Rio de Janeiro, contará com uma charmosa livraria no Flamengo, além da ampliação de suas instalações e mais salas de aula. Será a primeira livraria temática em literatura da cidade. É a primeira livraria do bairro.
À frente desta iniciativa está Suzana Vargas, professora e escritora, que há doze anos teve a idéia de popularizar a literatura, criando eventos, curso e oficinas acessíveis a todos. Vargas trouxe ao Brasil nomes como Ricardo Piglia e Maria Kodama; marcou época com as Rodas de Leitura, no Centro Cultural Banco do Brasil, e realiza todos os anos na Bienal a Arena Jovem.
Literárea, um pequeno grande espaço.
Vai se chamar Literárea a nova livraria da Estação das Letras, que tem a curadoria de Lilian Dias, ex-selo Al-Farabi. Temática, não conta só com best sellesr nas prateleiras, mas a essência da literatura e da crítica literária. Caçadores de livros raros e esgotados também podem contar com a experiência de Lilian, que suprirá o estoque com um setor de encomendas pelo site da Estação das Letras (www.estacaodasletras.com.br).
Pequenina e charmosa, a Literárea atende um antigo desejo dos alunos da Estação das Letras e do bairro do Flamengo. Terá um café, estantes recheadas só de bons livros, e atendimento com livreiro que sabe o que está falando. E a garantia de reunir para um bate-papo boa parte dos interessados em literatura, pois fica ao lado das salas de aula, onde acontecem os cursos e oficinas que normalmente viam suas prazerosas aulas serem esticadas até o bar mais próximo.
sábado, 6 de setembro de 2008
ESTAÇÃO DAS LETRAS LITERÁREA
Se você me perguntar quem foi, eu te direi como a Danuza se referia às festas badaladas de antigamente: le tout Rio. Pois o Rio ontem reverenciou a Literatura na inauguração da nova sede da Estação das Letras no Flamengo, e foi uma festa concorrida, porreta, super animada! Não sou boa em cálculos, mas acho que no vai-e-vem havia umas 300 pessoas. Pena que você não veio, pois teria encontrado nossos amigos de copo e de cruz, os professores, poetas, escritores, agregados e curiosos, claro. A galeria da Marquês estava apinhada, o chorinho correndo solto, os garçons passando com bandejas cheias de canapés leves e coloridos.
Mas você se lembra de como era a Estação há dois meses atrás, com uma sala apenas, e sem um lugarzinho pra gente papear, não é? Agora ela tem 3 salas de aula, uma boa livraria e espaço pra gente ler, conversar, tomar café que eu vou te contar! O espaço está mais bonito, caprichado, e tem delicadezas que só a Suzana poderia ter imaginado, como as frases escritas nas paredes do Paulo Sérgio Pinheiro, logo à entrada, aquela outra famosa do Borges - na livraria - se referindo aos livros, e muitas outras. O espaço foi pensado para ser aproveitado por quem lê, pois há cantinhos para a leitura, onde você fica ali e se esquece da vida, você tem que conhecer.
Mas foi um festão. Às 16h, quando cheguei, já tinha muita gente, e o que mais chamou a minha atenção foi a livraria bem à frente de quem entra. A Suzana disse que nem 10% dos livros tinham chegado, mas uma livraria é tudo! Imagino quando estiver completa, como vai atrair novos alunos. E há livros pra todos os gostos, como a coleção nova do Nelson Rodrigues, aquele livro caprichado da Beatriz Resende "Rio Literário", cada escritor falando de um canto da cidade, você conhece. Há a boa literatura latinoamericana, o Ruy Castro, que também estava ao vivo e em cores com a Heloísa Seixas. Em suma, vale conferir com carinho, te garanto que você vai sair satisfeito, exigente como é.
A música do evento foi o ponto alto da festa. O "Choro na praça" atacou de bossa-nova e chorinho com o maior gabarito, cara, você tinha que ver. Flauta, pandeiro, violão e cavaquinho. Tom Joba, Noel, Newton Mendonça, Vinícius, toda a galera carioca no que a música brasileira tem de mais carioca, o maior barato!
O buffet foi variado e gostoso, com um vinho branco leve e um tinto, refrigerantes e água geladinhos, pois o calor na galeria era grande. Os canapés eram frios, abertos, com queijos, frutas e frios, numa composição de cores bonita nas travessas. Depois cantamos parabéns, a Suzana apagou a velinha dos 12 anos da Estação das Letras, e comemos um bolo muito macio, essa parte você irira adorar.
Esqueci de te contar que também houve leitura de poesia, meio corrida, mas dando um toque especial ao evento. Os autores leram suas próprias criações, e em algumas um solo de violoncelo triste as acompanhava, muito bonito. E o lançamento da Bia Albernaz ocorreu simultâneo à festa, o livro dela foi um ensaio sobre a Clarice. Clarice é só uma.
As meninas que trabalham com a Suzana estavam lindas: a Giselle grávida, já na bica de ter o bebê, ficou sossegada e sentadinha com o rapaz da livraria, tem juízo. As duas outras, a Tatiana e a Giselle 2a. estavam com seus saltos 10, agulha, nos trinques, uma coisa. Suzana também arrumadíssima, de batom, muito bonita. Eu senti um orgulho imenso de participar como aluna dessa tribo. Dá muito prazer.
Bem, espero que tenha gostado das novidades, e não se esqueça: na segunda-feira, 8 de setembro, vai ter a palestra do nosso professor de Biografia, o Carlos Didier, lá na Academia Brasileira de Letras, nessa você tem que vir, pois você sabe como ele é fera no assunto e articuladíssimo.
Bem de novo, me despeço e te convido para vir conhecer a nova sede da Estação das Letras o mais rápido possível. Além do espaço chocante, venha estudar de novo literatura, há muitos cursos novos e diferentes. Te mando as fotos assim que o Horácio puser na web, certo?
Saudações Literárias! Um grande abraço da,
Maria
AUTORIA NA REDE, DE QUEM É?
Afinal, qual é o lugar da autoria na rede?
Por Fábio Oliveira Nunes
Quando a rede Internet torna-se popular no final do século XX – oriunda da gradual abertura da estrutura descentralizada e militar da rede americana ARPANet – configura-se um espaço aberto para todos aqueles que até então estavam distantes do crivo hegemônico. Quer difundir sua produção? Coloque-a na Internet, oras. Inicialmente, a rede era propícia apenas para a divulgação de elementos textuais ou com algumas imagens fixas de baixíssima resolução. Com a expansão da banda larga aos usuários comuns, a rede tornou-se também o lugar de todas as demais linguagens contemporâneas passíveis de estarem no domínio digital, tais como, animações e vídeos com resoluções e duração cada vez maiores.
No evento Cartografia Web Literária, realizado duas semanas atrás no SESC Consolação, em São Paulo, com o apoio do site Cronópios, do qual participei em uma produtiva mesa sobre as interfaces poéticas na web, entre as questões recorrentes (e não apenas nesta mesa) está um sentimento de inquietação de uma legião de autores que nasceram sob uma espécie de limbo tecnológico – uma preocupação existencial que se esboça a cada texto disposto na rede. O fato é que esse autor se localiza em uma indeterminação de pensamentos ora contraditórios, ora conflitantes – entre a necessária divulgação e a necessidade de inserção em um mercado restrito, entre querer ser reconhecido, mas não poder publicar na rede seus melhores ou recentes textos sob o risco de ser sumariamente copiado.
A primeira resposta para o autor de conteúdos divulgados através da rede é pensar que o maior de todos os valores é a difusão. Como bem pontua o pensador americano John Perry Barlow em seu célebre e pioneiro texto – de 1994! – sobre a economia em tempos de rede, Vender vinho sem garrafas: a informação não pode ser vista pela ótica simplista da mercadoria já que a informação torna-se mais valiosa à medida que é difundida, quanto mais acesso, mais valor. Já a mercadoria, limitada sob o prisma do mercado, ganha valor quando é cada vez mais desejada, ganha valor na condição de escassez. Com a rede, os autores caíram em si sobre algo que há muito tempo, a arte conceitual já tinha encarado: a desmaterialização.
No fundo, antes da rede, nunca se vendeu simplesmente poemas: sempre se venderam livros, mercadorias fisicamente tangíveis. Mesmo na questão de direitos de autor, o que se protegia era o livro e não as idéias, os conceitos ali presentes: estes sempre foram universais e gratuitos. Mas, com a digitalização, perdemos os continentes e ficaram apenas os conteúdos: não precisamos como antes do livro, da fita, do CD ou do DVD, já estão todos trafegando como dados que vão ricocheteando pelos cafundós do planeta (mesmo que se materializem eventualmente em algum nó por aí). O que temos são dados que querem ser lidos, querem se reproduzir e como seres vivos em busca de oxigênio – contornam-se das ameaças ao seu livre trânsito e emergem. Os dados são como as idéias. Mas pouquíssimas pessoas ainda entenderam isso.
As empresas de software lidam com essa desmaterialização e ao mesmo tempo ainda mantêm estruturas arcaicas de lidar com os problemas de propriedade intelectual. E mesmo a opinião pública, ainda está muito aquém: um projeto de um senador brasileiro sobre “segurança na rede Internet” trouxe a tona a discussão sobre a possibilidade de considerar crime o uso de programas compartilhadores de redes Peer-to-Peer (P2P). Os programas P2P conectam computadores a computadores em diversas redes de compartilhamento de arquivos e podem promover uma difusão ainda mais democrática do que via WWW (interface gráfica a qual estamos acostumados via navegador web, que requer um servidor para suas páginas) – ainda que uma grande parte dos conteúdos seja discutível.
Quando se coloca a difusão como elemento-chave, aparecem outras soluções possíveis. No Cartografia Web Literária, se falou um pouco sobre Copyleft – um substituto a altura da Copyright para a fluidez que invariavelmente corre nas redes. Trata-se de uma licença que difere da idéia de domínio público: limita o uso privado e pode possibilitar modificações e distribuição. Softwares que não limitam seu código fonte podem ser melhorados por outros programadores. Nesta ótica, poemas também poderão ser melhorados por outros poetas. A rede é o espaço para situações de colaboração que vão ser justapostas a uma velha noção de autor e que, ao mesmo tempo, libertam as idéias da ditadura da mercadoria, sem qualquer crise existencial.
Fábio Oliveira Nunes (ou Fabio FON) É doutor em artes na ECA-USP, pesquisando sobre a arte em novos meios. É também mestre em multimeios na UNICAMP e bacharel em artes plásticas na UNESP. Atua como artista multimídia e webdesigner.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
POEMA
Veio na Piauí, edição de setembro, página 47. Há outras lindas!
Te amo por sombrancelha, por cabelo, te debato em corredores branquíssimos
onde se jogam as fontes de luz,
te discuto em cada nome, te arranco com delicadeza de cicatriz,
vou pondo em teu cabelo cinzas de relâmpago e fitas que
dormiam na chuva.
Não quero que tenhas uma forma, que sejas precisamente o que
vem atrás da tua mão,
porque a água, considera a água, e os leões quando se dissolvem
no açúcar da fábula,
e os gestos, essa arquitetura do nada,
acendendo suas lâmpadas no meio do encontro.
Todo amanhã é o quadro onde te invento e te desenho,
disposto a te apagar, assim não és, muito menos com esse cabelo liso,
esse sorriso.
Busco tua soma, a borda da taça onde o vinho é também a lua e o espelho,
busco essa linha que faz o homem tremer
numa galeria de museu.
Além do mais te amo, e faz tempo e frio.
JULIO CORTÁZAR
RECICLAGEM
Na velha varanda invadida de verde
o sol varre as sombras e as sobras do tempo,
os sujos, os musgos, escuros murmúrios
vestígios de vidas , ruídos de antes
dos contratempos.
Fundo-me às marcas, manchas, cicatrizes,
ao cromo-limo que, como as paredes,
também sou eu um campo arqueológico
arcando aos anos mas deixando o sol
florir meus verdes.
MAJU COSTA
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Vem aí nova edição do Programa Petrobras Cultural. Neste ano a Petrobras irá reprisar o edital para Criação Literária: Ficção e Poesia. Trata-se de incentivo para fomentar a produção literária no país. Cada autor receberá prêmio equivalente a uma bolsa de R$40 mil e mais R$7 mil de auxílio à editora para viabilizar a publicação da obra.
Ficou interessado? Que tal tirar todas as suas dúvidas sobre o Programa Petrobras Cultural em um chat com a Gerente de Patrocínios da Petrobras, Eliane Costa, e o responsável pela seleção pública do setor de Literatura, Giuseppe Zani?
O chat vai acontecer na quinta-feira, dia 28 de agosto, das 15 horas às 16h30. A primeira meia hora irá tratar de questões do Programa Petrobras Cultural e a hora final será dedicada especialmente para o setor de Literatura.Não perca essa chance.
Para participar, acesse o site do PPC no momento do chat: www.petrobras.com.br/ppc.
E anote na agenda: outros chats acontecerão nos dias 11 e 25 de setembro,
9 e 23 de outubro e
6 e 13 de novembro,
sempre com espaço para aspectos gerais do Programa Petrobras Cultural e questões específicas do edital de cada setor. Acompanhe a programação no site do PPC.
Sobre o Programa Petrobras Cultural 2008/2009:
Graças a um "Acordo de Cooperação Técnica" a ser firmado entre a Petrobras e o Ministério da Cultura, não será exigida a prévia aprovação na Lei Rouanet para a inscrição de projetos (com exceção do setor cinema, área de produção e distribuição, longa-metragem, cujos projetos já deverão dispor da aprovação na Lei de Incentivo - Audiovisual).
A próxima edição do programa terá as inscrições abertas no dia 15 outubro. Nesta data, a Petrobras disponibilizará no site do PPC os formulários de inscrição para a linha de atuação "Produção e Difusão", nos seguintes setores de seleção pública: Audiovisual, Cultura Digital, Música, Artes Cênicas, Literatura.
Em abril de 2009, serão abertas as inscrições para as seleções públicas das linhas de atuação "Preservação e Memória" e "Formação".
Que tal? Não é chocante? Quem mandou foi a própria Suzana Vargas, a musa da Estação.
Beijos solares a todos.
sábado, 23 de agosto de 2008
UM SOM NA NEVE
De um filme sueco: Arn.
A cantora: Laleh.
A orquestra: London Symphony Orchestra.
Uma boa interpretação, belas imagens de um país frio.
A música: Snö.
Bons momentos.
http://www.youtube.com/watch?v=gH-nywfotBc
Por Ademir Assunção
Hoje vou participar de um bate-papo e de uma leitura de poemas, ao lado de Marcelo Tápia, com mediação de Donny Correia, na Bienal do Livro. A partir das 19h30, no estande da Volkswagen.
Eu vou lá para falar de coisas que levo muito a sério: linguagem poética, visões (e alucinações) de mundo, e vou ler alguns poemas. Mas eu quero falar também de algumas coisas que continuam me preocupando. Cada vez mais.
Talvez por conta desses megaeventos como Bienal do Livro e Festa Literária de Paraty, muita gente pensa que escritores e poetas vivem num mundo de glamour. Bobagem. Literatura exige talento, vocação, seriedade, e também trabalho. Muito trabalho. Ralação. E escritores e poetas são tratados cada vez mais como trabalhadores altamente desqualificados. São cada vez menos respeitados. Na indústria do livro, todos ganham (do gráfico ao editor), menos o escritor, menos o poeta. Essa é que a verdade. Pergunte a um escritor e a um poeta quais são seus direitos. Nenhum.
Noventa por cento do que é vendido, ou que movimenta a Bienal do Livro, é lixo. Digam a verdade. Não me venham dizer que ler livros de merda é bom, que pelo menos cria o hábito de leitura. Todo mundo sabe que não é verdade. Também não me digam que o aumento das vendas da indústria editorial é bom para os escritores e poetas, porque faz com que as editoras possam investir em literatura e poesia de verdade. Conversa pra boi dormir. Esse lixo editorial atrapalha os escritores, os poetas, o público, o país. O público é enganado. O nível cai à estaca abaixo de zero. Quem é acostumado a ler livros enganadores jamais vai gostar de literatura e de poesia de verdade, porque isso exige maior sofisticação, maior cuidado, tanto de quem faz quanto de quem lê. Literatura não ensina ninguém a ser feliz, não traz promessas artificiais de como se dar bem na vida. Literatura e poesia, ao contrário, trazem questionamentos, visões críticas, desconforto até, principalmente num mundo tão injusto, tão esquizofrênico, tão desconfortável.
É por isso que quando apresentamos nossos livros aos editores, principalmente se for um livro de poesia, freqüentemente ouvimos: isso não vende. Por que? Porque estão acostumando os leitores com coisas fáceis, com coisas imbecis. Então, a lógica funciona ao avesso. Quanto mais os livros imbecis vendem, mais a literatura e a poesia de verdade são estranguladas. Isso está acontecendo em escala escandalosa na música. Liguem o rádio, liguem a TV, pra ver se estou falando bobagem. Quando o nível cai abaixo de zero, isso só é bom para quem se pauta apenas por interesses comerciais.
Ninguém vai me convencer que os enlatados americanos fabricados diariamente por Hollywood vão preparar o espectador para um filme de Cassavetes, de Sérgio Leone, de Jim Jarmush, de Kurosawa. Não vão. Ao contrário, vai ter cada vez menos espaço para diretores como esses.
E quem perde com isso? O país. Que vai tendo sua cultura cada vez mais desmilingüida. O público. Que é enganado. E os artistas de verdade, que têm cada vez menos espaço.
Quando se fala em literatura russa se pensa logo em Dostoievski, em Tolstoi, em Tchecov, em Maiakovski, e certamente tem um punhado de autores contemporâneos, produzindo literatura crítica, densa, profunda, que não conhecemos.
E quando se falar em literatura brasileira perante o mundo, vamos falar de quem?
Na indústria editorial, o elo mais fraco é justamente quem produz. É o escritor. É o poeta. Se for crítico, denso, elaborado, então, aí está condenado ao limbo profundo, ao desespero, ao desrespeito total. Viu, ministro Juca Ferreira. Viu, donos de jornais? Viu, editores? Viu, leitores. Isso é sério. Nos ouça.
O escritor e o poeta brasileiros estão sendo calados dentro do próprio país. O que fazem não repercute. Não é debatido. Não alcança o espaço público de verdade. Por conta de toda essa embromação. E some-se aí a total irresponsabilidade das mídias tradicionais. E o silêncio da universidade.
E os próprios escritores e poetas também são responsáveis por isso. Porque não se posicionam, não criticam, não apontam o que está errado, não levantam a voz. Não se fazem respeitar. Se nós não nos respeitamos, vamos esperar que os leitores nos respeitem? Nos leiam? Como?
Isso é sério. Isso é grave. Ou não?
Então eu vou lá na Bienal para falar de poesia, daquilo a que me dedico há mais de 30 anos. Mas vou lá para falar disso também. Para dizer que não concordo. Para dizer que é preciso mudar esse quadro.
Aliás, eu vou lá trabalhar (não vou lá me exibir como um pavão). E eu deveria receber por isso. Ou será que a Volkswagen, que tem um estande na Bienal do Livro, não tem dinheiro para pagar os escritores e poetas brasileiros que vão lá trabalhar?
E vou fazer um pedido público aqui: quem achar que não estou falando besteira, quem achar que esse debate merece ser travado, repercuta isso. Fale. Se posicione. Espalhe. Falar com as paredes é a pior das sensações.
Texto, publicado no blogue "espelunca": http://zonabranca.blog.uol.com.br
Ademir Assunção é poeta e jornalista, autor dos livros LSD Nô, Zona Branca e Adorável Criatura Frankenstein e do cd Rebelião na Zona Fantasma. É um dos editores da revista Coyote.
sábado, 9 de agosto de 2008
CASA DAS MUSAS PEDE PASSAGEM!!!!
Meus amigos.
Escrevendo em primeira pessoa, eu evito, pero no mucho, é porque agora estou influenciada-inspirada-totalmente-apaixonada por uma revista virtual que algum anjo me mandou.
É de Brasília, e tem um título pra ninguém botar defeito: Casa das Musas.
Ponto.
Abri agora de manhã e me dei conta de que não é daquelas publicações pernósticas e acadêmicas onde se discute numa chatura de linguagem coisas que ninguém quer ler (só meia dúzia de pessoas).
Esta revista tem muito cuidado e uma escolha de assuntos fantástica, a seguir:
1. Ítalo Calvino: "Coleção de areia", dá vertigens.
2. Bráulio Tavares: ""Teoria da Inspiração", li com o sotaque nordestino dele, texto verdadeiro, inspiração é transpiração e pronto.
3. Alberto Manguel, tá bem?: "Pecados da omissão", livros que omitimos, este com sotaque portenho, ele deve ter uma voz como a do Cortázar, dio mio.
4. A 1a. Bienal Internacional de Poesia vai ser em Brasília, em pleno planalto central, no mês que vem, setembro, e acho que poderemos fazer uma caravana da Estação das Letras para o evento, cartas para a redação.
5. Agora 7 minutos da sua atenção.
Vou escrever um link num tom esverdeado aqui embaixo, e gostaria que vocês clicassem nele.
http://br.youtube.com/watch?v=a2PEKi5iEZA
"A morte em Morte em Veneza"
Vão ouvir o belíssimo Adagietto da 5a. Sinfonia de Mahler, pela Orquestra da Academia de Santa Cecília.
Vão ver fotos de Andre Kertész.
Vão ler um texto e ver a cuidadosa edição de Gabriel Madeira.
Tudo baseado no filme de Luchino Visconti,
baseado no livro de Thomas Mann, "Morte em Veneza".
Sempre um livro.
Não é engraçado, graças a Deus.
Os que se dopam contra a tristeza, nem abram. Não vale a pena.
Este vídeo é para os que tem uma alma forte, densa e triste. Tudo o que é belo, é triste.
Um beijo ao anjo que me mandou. Enchantée.
Parabéns à Casa das Musas. Faz a diferença!
E - BOOKS, MUITO PRAZER!
Oi, pessoal!
Novidades. Vivendo e aprendendo.
O que você faria se estivesse procurando um livro há 937 dias e de repente topasse com ele ali - bem ali - na frente da sua telinha pessoal? De graça, rápido e em formato pdf, ou em outros menos votados.
Poisé, há anos procurava o livro do Garcia Márquez, "Como contar um conto", em que ele dá todas as coordenadas básicas e elegantes do ofício. Este era um dos que faltava na coleção. Baixei, ficou bonitinho. Depois você pode imprimir. Infelizmente você não tem um livro, mas pode lê-lo, com ele nas mãos, melhor é impossível, pois nunca o vi em nenhum sebo.
E o Dicionário do Houaiss eletrônico? Já pensou em baixá-lo? Pode fazê-lo também, e há outros de termos de informática, de figuras, etc.
Há livros de contos, livros eróticos - daquele tipo que faz você enlouquecer um homem em 4539 lições, e por aí vai.
http://www.viciadosemlivros.blogspot.com/
http://www.tocadacoruja.net/forum/index.php
Você primeiro se inscreve no site, e até pode entrar nestes chatos foruns de conversa em que se fala do plantio de abobrinhas.
Por hoje é só, mas em breve teremos novidades!
Minha filha Anginha foi quem mandou este, Anginha é uma gracinha!
Boas buscas. Mas não esperem uma enciclopédia de novidades. Apenas dá para o gasto.
Buenas.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
LIVROS NA MESA - JULHO DE 2008
O dia é sábado!
Lembram-se daquela poesia do Vinícius? Neste momento há um casamento, o dia é sábado!
Poisé, chegou o nosso
LIVROS NA MESA,
naquele lugar bonito e cheio de gente passando...
O Museu da República,
e mais uma vez nossa queridíssima Suzanita Bacana estará lá abrilhantando os salões,
fazendo a tradicional troca de livros,
cada um leva seus livros para serem trocados por outros,
mas não pode levar aquele livro chato e empoeirado de abandono senão ninguém troca,
o pessoal é tinhoso, malandro, esperto,
estão pensando o quê?
Eles não gostam de Sidney Sheldon, Paul Rabbit ou de livros de auto-ajuda, só livros que te digam alguma verdade,
mesmo sendo uma ficção,
mas então.
Depois, uma palestra polêmica sobre um tema idem:
"QUEM AMA LITERATURA NÃO ESTUDA LITERATURA"
pelo professor Joel Rufino dos Santos, que lançou lá mesmo este livro há alguns meses.
Este ensaio foi desenvolvido durante o último ano de suas aulas acadêmicas na UFRJ, professor que foi de Literatura durante 25 anos. Uma vida.
Venham conhecer este grande professor, escritor e historiador, ele é uma pessoa maravilhosa, e estará lá, falando para nos encantar, falando por que acha que quem ama Literatura não precisa estudá-la. Você saberia dizer por quê?
Sábado, 10h30 às 11h30 - TROCA DE LIVROS
11h30 - PALESTRA
Museu da República
Rua do Catete,153 - Catete.
Recomendo com 5 estrelas!
quinta-feira, 17 de julho de 2008
DIRETO DA JULIANO MOREIRA PARA O MUNDO!
Hoje o assunto é quente. Avaliem.
"eu sou Stela do Patrocínio
bem patrocinada
estou sentada numa cadeira
pegada numa mesa nega preta e crioula
eu sou uma nega preta e crioula
vim de importante família
de cientistas, de aviadores
de criança precoce prodígio poderes
milagre mistério
comecei a existir
com quinhentos milhões e quinhentos mil anos
logo de uma vez, já velha
eu não nasci criança
nasci já velha
depois é que eu virei criança"
Stela do Patrocínio
Esta grata surpresa foi mandada por Rodrigo Villas-Bôas, direto de Barcelona, como ele diz para Tothom (todo mundo...)
Uma trajetória poética em uma instituição psiquiátrica
* Stela do Patrocínio foi, em toda sua vida adulta, uma interna de hospitais psiquiátricos.
* Aos 21 anos, foi internada no hospital Pedro II.
* Diagnóstico: "personalidade psicopática mais esquizofrenia hebefrênica, evoluindo sob reações psicóticas". Vinha da quarta Delegacia de Polícia.
* Quatro anos depois, foi transferida para a Colônia Juliano Moreira, onde viveu até sua morte, 26 anos depois.
* Gostava de falar e de escrever em papelão.
* Mas sempre foi uma voz excluída: negra, pobre, sem família, nunca possuiu a chance de ser ouvida pelo mundo. Isto começou a mudar em meados dos anos 1980, durante o movimento chamado Reforma Psiquiátrica, quando teve sua fala gravada em fitas cassetes por um grupo de estagiárias.
* Já naquela época, chamou a atenção pela poeticidade e força que continha.
* Agora, quinze anos depois, esta fala é pela primeira vez publicada em livro, 2002 (Azougue Editorial em parceria com o Museu Bispo do Rosário), possibilitando o alcance do grande público. Foi indicada ao Prêmio Jabuti de 2002.
É dito: pelo chão você não pode ficar
Porque lugar da cabeça é na cabeça
Lugar de corpo é no corpo
Pelas paredes você também não pode
Pelas camas também você não vai poder ficar
Pelo espaço vazio você também não vai poder ficar
Porque lugar da cabeça é na cabeçaLugar de corpo é no corpo
*
Olha quantos estão comigo
Estão sozinhos
Estão fingindo que estão sozinhos
Para poder estar comigo
*
Eu já fui operada várias vezes
Fiz várias operações
Sou toda operada
Operei o cérebro, principalmente
Eu pensei que ia acusar
Se eu tenho alguma coisa no cérebro
Não, acusou que eu tenho cérebro
Um aparelho que pensa bem pensado
Que pensa positivo
E que é ligado a outro que não pensa
Que não é capaz de pensar nada e nem trabalhar
Eles arrancaram o que está pensando
E o que está sem pensar
E foram examinar esse aparelho de pensar e não pensar
Ligados um ao outro na minha cabeça, no meu cérebro
Estudar fora da cabeça
Funcionar em cima da mesa
Eles estudando fora da minha cabeça
Eu já estou nesse ponto de estudo, de categoria
*
Eu não queria me formar
Não queria nascer
Não queria formar forma humana
Carne humana e matéria humana
Não queria saber de viver
Não queria saber da vida
Eu não tive querer
Nem vontade para essas coisas
E até hoje eu não tenho querer
nem vontade para essas coisas
*
Não sou eu que gosto de nascer
Eles é que me botam para nascer todo dia
E sempre que eu morro me ressuscitam
Me encarnam me desencarnam me reencarnam
Me formam em menos de um segundo
Se eu sumir desaparecer eles me procuram onde eu estiver
Pra estar olhando pro gás pras paredes pro teto
Ou pra cabeça deles e pro corpo deles
*
Eu sobrevivi do nada, do nada
Eu não existia
Não tinha uma existência
Não tinha uma matéria
Comecei existir com quinhentos milhões e quinhentos mil anos
Logo de uma vez, já velha
Eu não nasci criança, nasci já velha
Depois é que eu virei criança
E agora continuei velha
Me transformei novamente numa velha
Voltei ao que eu era, uma velha
*
Eu era gases puro, ar, espaço vazio, tempo
Eu era ar, espaço vazio, tempo
E gazes puro, assim, ó, espaço vazio, ó
Eu não tinha formação
Não tinha formatura
Não tinha onde fazer cabeça
Fazer braço, fazer corpo
Fazer orelha, fazer nariz
Fazer céu da boca, fazer falatório
Fazer músculo, fazer dente
Eu não tinha onde fazer nada dessas coisas
Fazer cabeça, pensar em alguma coisa
Ser útil, inteligente, ser raciocínio
Não tinha onde tirar nada disso
Eu era espaço vazio puro
*
Não deu tempo
Eu estava tomando claridade e luz
Quando a luz apagou
A claridade apagou
Tudo ficou nas trevas
Na madrugada mundial
Sem luz
* Em suas falas poéticas ela conseguia estabelecer uma linguagem própria que, apesar do seu isolamento, transbordava, repleta de lucidez.
* No início sua fala parece crua, ríspida. Só aos poucos é que suas palavras adquirem sutilezas. Palavras capazes de retirar a loucura do espaço de opacidade e de estranheza ao qual ela foi confinada pelo homem moderno.
* A fala de Stela abala as superfícies lineares e automáticas, ameaçando a nossa lógica racional. Visibilidades surpreendentes de algo que não enxergamos muito bem, na tênue fronteira da loucura como uma outra possibilidade de pensamento.
Trechos do livro: Reino dos bichos e dos animais é o meu nome",
STELA DO PATROCÍNIO
Hoje a Estação das Letras faz uma pequena homenagem a ela.
terça-feira, 15 de julho de 2008
PIOR DESCRIÇÃO DE SEXO
Mailer foi o primeiro escritor a receber o prêmio depois de morto
O escritor americano Norman Mailer, morto no início deste mês, foi o vencedor do prêmio 'Bad Sex in Fiction Award', pela pior descrição de um ato sexual na literatura de ficção em inglês.
Mailer foi agraciado com o prêmio, distribuído pela revista de literatura britânica The Literary Review, por um trecho de sua última obra, The Castle in the Forest, ainda sem tradução no Brasil.
O trecho descreve uma cena de sexo oral mútuo - a posição conhecida como “69” - entre um casal.
O objetivo do prêmio, segundo a revista é "chamar a atenção para uso de trechos com descrições sexuais redundantes, de mau gosto, grosseiras e freqüentemente superficiais em livros modernos".
Quatrocentos convidados brindaram à memória de Mailer na cerimônia de premiação, na terça-feira à noite, em Londres.
A ocasião também foi usada para homenagear o renomado escritor e a riqueza e variedade de seu trabalho.
"Nós temos certeza de que ele teria recebido o prêmio com bom-humor", disseram os juízes.
Fragmento do trecho
...Klara trocou a cabeça pelos pés e pôs sua parte mais inominável sobre a boca ofegante e o nariz dele, e colocou o velho peão cansado dele dentro de sua boca. Ele estava agora mole como um pedaço de excremento...
Norman Mailer, em 'The Castle in the Forest'
A escritora Jeanette Winterston, que esteve na Flip, a Festa Literária de Parati, e o ator David Thewlis estavam entre os indicados.
Thewlis, que faz o papel de Remo Lupin na série de filmes Harry Potter, foi indicado ao prêmio por um trecho de seu livro de estréia, The Late Hector Kipling.
Winterson esteve na lista de indicados deste ano pelo trecho com cena de sexo em seu livro The Stone Gods.
A lista ainda incluía trechos dos livros Girl Meets Boy de Ali Smith, Apples, de Richard Milward, Absurdistan, de Gary Shteyngart, Will de Christopher Rush e The Nature of the Monsters, de Clare Clark.
No passado, autores como Sebastian Faulks, A.A. Gill e Tom Wolfe foram "premiados" pela má literatura. Wolfe foi um dos poucos escritores que preferiu não receber pessoalmente o prêmio.
Paulo Coelho foi indicado em 2003 pelo livro 11 Minutos, mas foi 'derrotado' pelo escritor indiano Aniruddha Bahal pelo trecho de seu livro Bunker 13.
Tanto esta, como a notícia anterior, tirei da BBC.
FRANZ KAFKA ORIGINAL
Quando morreu, o autor ordenou que os papéis fossem queimados
Documentos inéditos do escritor checo Franz Kakfa, que ficaram trancados em um apartamento em Tel Aviv durante 40 anos, podem ser revelados por especialistas em Israel.
O espólio do autor, que inclui manuscritos, cartões postais e rascunhos, foi mantido por Esther Hoffe, secretária de Max Brod, amigo de Kakfa e para quem o escritor deixou seus pertences.
Desde a morte de Brod, em 1968, Hoffe impediu o acesso público aos manuscritos inéditos de Kafka, que era judeu e escrevia em alemão.
Os documentos só foram liberados e retirados do apartamento da ex-secretária por ocasião de sua morte recente, aos 101 anos.
O material deixado pelo escritor será examinado por especialistas na cidade israelense, mas ainda não se sabe se os papéis continuam legíveis depois de tantos anos guardados.
Segundo as autoridades locais, a umidade do apartamento de Hoffe e a quantidade enorme de gatos e cachorros que ela mantinha em sua residência podem ter danificado ou até mesmo destruído os papéis.
Inéditos
Antes de morrer de tuberculose, aos 41 anos, Franz Kafka ordenou que todos os seus manuscritos fossem queimados.
Amigo e editor de Kafka, Brod não cumpriu com as ordens deixadas pelo escritor. As obras publicadas devem muito ao trabalho dele, já que Kafka finalizou poucos dos seus trabalhos literários.
Antes da invasão dos nazistas à cidade de Praga, em 1939, Brod colocou os manuscritos em duas malas e fugiu para a Palestina.
Depois de sua morte, os documentos ficaram com sua secretária, que não autorizou nenhum dos pedidos enviados por especialistas e até pelo Estado para análise dos manuscritos.
Os resultados das análises dos documentos são aguardados com grande expectativa por acadêmicos e especialistas na obra do autor de clássicos como A Metamorfose e O Processo.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
FLIP AO VIVO
Novidade no espaço virtual! A Flip pode ser ouvida ao vivo pela OI!
Flip - transmissão ao vivo Está chegando. Amanhã tem início a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). A novidade é que esse ano a festa vai ser para todos, mesmo que não estejamos presentes.
A Oi, uma das patrocinadoras da Flip, vai transmitir ao vivo as mesas do evento. O endereço para acompanhar é:
http://www.oi.com.br/flip
e para não perder nada, basta conferir a programação atualizada em
http://www.flip.org.br/
O site oferecerá ainda entrevistas com os autores, personalidades e visitantes ilustres, realizadas durante a cobertura da feira.
A Flip irá até domingo, dia 6 de julho, no Centro Histórico de Paraty.
(Fonte: PublishNews - 01/07/2008)
Quem deu a idéia de colocar aqui foi a Ana Cristina Mello.
terça-feira, 1 de julho de 2008
HISTÓRIAS IMPUBLICÁVEIS
Está saindo do forno o livro que está dando o que falar.
Histórias Impublicáveis sobre trabalhos acadêmicos e seus autores
Autor: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br)
Efraim é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.
SINOPSE: As histórias que muitos se recusaram a contar - por motivos óbvios - estão reunidas aqui com dinamismo e bom humor. As mais de duas décadas do autor em várias instituições, incluindo Harvard, trouxeram não só a experiência mas também coragem e irreverência para compartilhá-la, divertindo e orientando. Este livro contém segredos inconfessáveis, vexames, fraudes e principalmente dicas essenciais para não cairmos em ciladas que sempre se repetem quando reúnem-se orientados, orientadores e seus trabalhos acadêmicos.
A dica foi dada pelo site Verdes Trigos, entre lá para dar uma folheada no livro.
sábado, 28 de junho de 2008
MANHÃ LITERÁRIA
Pelas barbas do profeta! Hoje o "Livros na Mesa" foi em local e horário novos, e apesar de não estar lotado, a qualidade do debate foi eletrizante!
Pela primeira vez adentrando os gramados do Palácio do Catete - aquele, onde aconteceu aquilo - chegava a Estação das Letras para mais um evento de troca de livros, em que a tônica é o escambo, ou seja, o velho sistema de trocas da Pré-História, "o meu Proust pelo seu Faulkner". Áureos tempos!, ou como diziam nossos ancestrais - como era gostoso o meu francês - chupando os ossinhos.
A troca foi concorrida, fazia uma manhã gloriosa com um solzinho maneiro de inverno (céu azul com uma camada de filó de nuvens) o que significa muita gente da 3a. idade, para usar um eufemismo estabelecido para gente velha, o ridículo sempre preferível ao verdadeiro.
O fato é que muitos que não conheciam a Estação e que não sabiam da troca, gostaram da idéia. Bingo!
Suzana Vargas vai providenciar para o próximo encontro um banner especial para anunciar o evento dia 26 de julho, que contará com a presença do nosso queridinho da Estação, o professor Joel Rufino dos Santos.
Mas neste sábado quem estava lá: Adriana Lunardi, a escritora brilhante de "Corpo estranho" e também o engenheiro-que-virou-escritor João Paulo Vaz, o rei dos contos!
Ela começou escrevendo diários, impulso que com o tempo se transformou e ficou mais civilizado, pois passou a escrever o que pensava sobre as coisas. Acha que a função da ficção é descobrir a realidade na irrealidade quotidiana.
Ele começou a escrever pois tinha interesse em mostrar a sua visão do mundo, numa escrita que levasse o leitor a uma viagem - o que descobria nos bons livros - contudo sem ter a sensação de ser o centro do universo, o que é recorrente em muitos iniciantes e blogueiros.
O escritor tem desafios que sente necessidade de experimentar, e o romance é um deles, para quem escreve contos. "O vínculo com o texto obedece a uma necessidade pessoal", disse Adriana, completando que o importante não é o que se escreve, se conto ou romance. A inspiração é aleatória.
Mas ambos vão partir para a experimentação, ela com um romance fragmentado, ele com um propriamente dito.
Depois foram alunos, editores, professores e a nossa madrinha, a Rainha da Bateria dos Unidos da Estação das Letras, Suzanita Bacana, almoçar uma feijoada quase-leve no Bar do Getúlio, aquele.
Todos à mesa escreviam, unanimidade que não era burra, enfim, mas bebiam chope e tentavam falar em um ambiente apinhado.
Mas terminar um debate literário numa mesa de bar, é, como diz o Leonardo Boff, "uma comensalidade que ontem nos fez humanos, continua ainda hoje a fazer-nos sempre de novo humanos: por isso, importa reservar tempos para a mesa em seu sentido pleno da comensalidade e da conversação livre e desinteressada. Ela é uma das fontes permanentes de refazimento da humanidade hoje globalmente anêmica". Cara!
Compareçam ao próximo! Estarão fazendo parte da RPPL: Resistência Pacífica em Prol da Literatura.
Saudações!
quinta-feira, 26 de junho de 2008
LIVROS NA MESA - JUNHO DE 2008
Finalmente chegou o dia tão esperado, que é SÁBADO!
LIVROS NA MESA
Troca de livros e encontros de leitura com escritores
Em novo local :
no MUSEU DA REPÚBLICA!
Dia : 28 de junho, Sábado
10h30 da manhã : Troca de livros
Traga seus livros, troque por outros, a troca é democrática e saudável.
11h30 às 13h : Encontro de leitura :
"Caminhos da Ficção Contemporânea",
com Adriana Lunardi e João Paulo Vaz.
Não perca, vai ser empolgante o debate.
E seja bem-vindo!
sexta-feira, 20 de junho de 2008
ESCOLHA SEU TIPO
Há 3 tipos de leitores:
1- Os que acreditam em tudo que leêm.
2- Os que discordam de tudo que lêem.
3- Os que analisam tudo que lêem e sabem que o importante é entender o que leram.
Sabem também que discordar ou concordar é secundário.
(do buraco negro: Google).
Tipos de livros
"Há livros de que apenas é preciso provar,
outros que têm de se devorar,
outros, enfim, mas são poucos,que se tornam indispensáveis,
por assim dizer, mastigar e digerir."
(Idem)
quinta-feira, 19 de junho de 2008
BOOKCROSSING
Esta notícia da revista digital "Envolverde", de meio ambiente e desenvolvimento, trouxe esta matéria inacreditável, num momento em que se discute, mais uma vez, o fim dos livros.
Salve, Literatura! Quem sabe, a Estação das Letras não possa ser uma zona de bookcrossing!
Rede promove a troca de livros pelo mundo
Por Bruna Souza, do Aprendiz
Com o objetivo de transformar o mundo todo em uma grande biblioteca, surgiu o Bookcrossing: rede literária sem fronteiras que promove a leitura por meio de trocas de livros.
Criado em 2001, nos Estados Unidos, o projeto foi baseado no Where’ s George? (em português, Onde está George?), movimento que rastreava, a partir do número de série, notas de dólares por meio da Internet. “Você podia descobrir o trajeto e a história daquela nota. Isso virou uma mania nos Estados Unidos e um americano quis fazer a mesma coisa com os livros”, conta a gestora de zonas Bookcrossing, Helena Castello Branco.
Para isso, foi criado o site Bookcrossing. Por meio da página, os membros podem se comunicar e compartilhar livros sem o empecilho dos limites geográficos.“Existem estantes online onde estão registrados os livros que os membros disponibilizam para troca, além de uma lista de obras que eles gostariam de adquirir. Quando um se interessa pelo livro do outro, trocam mensagens e decidem qual a melhor forma para que o livro possa viajar”, explica Helena.
A rede está presente em mais de 140 países, tem 680 mil membros e 5 milhões de livros cadastrados.
No Brasil desde 2001, a comunidade hoje conta com cerca de 4.100 membros espalhados por todos os estados do país.A troca de livros é feita geralmente pela Internet, mas há também as chamadas zonas de bookcrossing. Elas estão localizadas em cafés, restaurantes e estabelecimentos que disponibilizam parte de seu espaço.
“As zonas de bookcrossing são pontos de livros fixos. Os livros ficam lá e qualquer um pode pegar, inclusive pessoas que não são clientes do lugar. Em São Paulo (SP) existe uma zona de Bookcrossing em Perdizes, em uma creperia chamada Central das Artes”, lembra.
Além de tudo isso, o livro pode ser deixado em qualquer lugar público para que qualquer pessoa possa ler. “Os membros deixam os livros em shoppings, pontos de ônibus, no metrô ou em qualquer outro lugar em que possa ser encontrado. Quando uma pessoa acha, ela deve acessar o site e colocar lá o número de cadastro que o livro contém”, explica Helena, lembrando do conceito-chave desse movimento: Read, Register and Release (Leia, Registre e Liberte).
Além da comunidade virtual e das zonas de bookcrossing, o projeto também promove encontros de membros a cada dois meses para discussão e troca de livros. “Além da função de hobby, o projeto também tem uma função de cidadania, já que ele ressalta a importância da leitura para o conhecimento e cultura”, finaliza.
A relação entre a educação e as diferentes mídias como ferramentas para estimular práticas educativas (educomunicação).
terça-feira, 17 de junho de 2008
Boas novas. A Ana Cristina Melo, aluna da Estação, mandou alguns endereços de concursos literários para quem tiver coragem e vontade de participar. Ei-los:
1. Até 24 de junho. 4º Concurso Literário de Suzano. O autor pode enviar até 2 obras, nas categorias de Conto e Poesia. Contudo, o participante só poderá efetuar a inscrição em apenas uma categoria. Regulamento está disponível no site: http://www.suzano.sp.gov.br/.
2. Até 31 de julho. 9º Concurso de Literatura - Conto, Crônica, Poesia - Fundação Cultural de Canoas/RS. O autor pode enviar até 2 trabalhos de cada gênero. Regulamento: http://www.fundacan.com.br/
3. Até 31 de julho. Prêmio Cataratas. Conto e Poesia. Podem participar enviando 1 trabalho em cada gênero. Regulamento: http://www.fozdoiguacu.pr.gov.br/.
4. Até 15 de agosto. Prêmio SESC de Literatura 2008. Categorias: Conto e Romance. Participação de apenas uma obra em cada categoria. Romance deve ter entre 130 e 400 laudas. Livro de contos, entre 70 e 200 laudas.
5. Até 31 de agosto. 2º Prêmio UFF de Literatura. Contos, Crônicas e Poesias. Participação de apenas 1 texto, em cada categoria. Tema: "PLANETA TERRA, 2050".
6. Até 31 de agosto. 18º Concurso de Contos Luiz Vilela. Pode participar com qualquer quantidade de contos.
7. Até 9 de setembro. Concurso de contos Paulo Leminski. Um texto, até 20 pág. Tema livre.
http://www.unioeste.br/leminski
http://www.toledo.pr.gov.br
Outros estão no site www.gargantadaserpente.com
sábado, 14 de junho de 2008
NOTAS SOBRE A AULA DO SCLIAR
Foi o que aconteceu ontem quando o Moacyr Scliar entrou, de terno, elegantíssimo.
Fez uma breve apresentação de si mesmo, e depois da nossa, começou uma aula com a segurança de quem conhece o tema: "Os mestres do conto". Na parte da manhã falou do conto como gênero literário, diferenciou-o do romance e da novela, depois leu alguns contos do Poe, do Kafka e da Clarice. Mas tudo com calma, explicando e mostrando o estilo dos autores, as metáforas, a linguagem, a mensagem.
À tarde, leu os nossos contos, procurando sempre destacar em cada um o que havia de melhor, depois apontava uma ou outra imperfeição, mas com a maior simplicidade, sem ditar regras e procurando não ferir os alunos, aprendizes do ofício.
Algumas anotações feitas em aula:
- Ler em voz alta o que se escreve
- Falar do que se conhece
- Cada detalhe tem que estar a serviço do conto.
- escrever um conto dá ilusão às pessoas de que a vida faz sentido. Ele corresponde a uma necessidade psicológica.
- não usar onomatopéia, como eu usei no meu: "e aí ele ploft, sumiu".
- evitar o realismo fantástico. Não tentar imitar Kafka, ou Guimarães Rosa, ou Garcia Márquez.
Os contos que não foram lidos, ele levou para ler no avião de volta. Para Porto Alegre.
E nosotros vamos também fazer a nossa crítica (construtiva!) a estes.
Em agosto ele dará um outro workshop e pelo jeito, terá que dar um outro. E mais outro...
segunda-feira, 9 de junho de 2008
CONVITE DE LANÇAMENTO
Tenho o enorme, inenarrável, incomensurável prazer de convidar todos os amigos para o lançamento do 3o. livro do meu grande amigo de copo e de cruz João Paulo Vaz.
Vai ser na Livraria Timbre, no Shopping da Gávea, 3a. feira, dia 10 de junho, das 19 às 22h.
Atenção ao nome do Livro:
"SEXMASTER 5 e outras histórias",
e não é um pornô, por mais que possa parecer. É um livro de contos, muito bem contados, pois ele é um mestre, já ganhou o prêmio da Casa de Cultura Mário Quintana e o Josué Guimarães, de Passo Fundo.
Este livro marca a estréia da Editora Cais Pharoux, do meu querido amigo Horácio Soares Neto e da Glória, que estarão lá, também, ao vivo e em cores, distribuindo charme, veneno e simpatia.
Vai ser um lançamento badaladíssimo, a crème de la crème de Literatura da Estação das Letras estará lá, compareçam a uma noite inesquecível, com um grupo de chorinho para alegrar o convescote, um vinzim français que ninguém é de ferro, para amenizar ou aumentar a alegria.
Esperamos todos lá, a Literatura precisa continuar, fazemos parte da resistência pacífica. A vida está nos livros!
FLIP de JULHO 2008
Programação
A partir de hoje a programação completa da Festa Literária Internacional de Paraty, com biografias dos autores convidados e resumo das mesas está disponível no site da FLIP. São 41 autores convidados vindos da América do Norte, da Europa, da África e de vários países da América do Sul, além dos 22 autores nacionais.
Homenagem a Machado
Abrindo a FLIP, Roberto Schwarz, um dos mais destacados intérpretes da obra de Machado, discutirá o livro Dom Casmurro, por ele considerado o “romance possivelmente mais refinado e composto da literatura brasileira”.
Em outra mesa, “Papéis Avulsos”, Flora Süssekind, Luiz Fernando Carvalho e Sergio Paulo Rouanet falam sobre suas diferentes experiências com a obra machadiana.
A homenagem a Machado se estende também pela programação do FLIP ETC. com adaptações da obra do autor para o cinema, teatro, e uma exposição sobre o Rio de Janeiro do fim do século XIX.
Show de Abertura
Luiz Melodia é o convidado desta sexta edição para o show de abertura, que acontecerá na quarta-feira, dia 2/7.
Ingressos
Os ingressos estarão à venda a partir do dia 10/6. A compra pode ser feita pela internet, por telefone, ou em pontos-de-venda da Ingresso Rápido.
Tenda dos Autores (mesas e conferência de abertura): R$ 25 cada Show de abertura na Tenda do Telão: R$ 25 Tenda do Telão (transmissão das mesas e da conferência de abertura): R$ 8
PatronosEstão abertas as inscrições para Patronos e Amigos FLIP. Para cada categoria há uma série de benefícios.
Conheça detalhes acessando o site da FLIP.
terça-feira, 3 de junho de 2008
PAULO COELHO DE NOVO!
A homenagem seria seguida por um restaurante de Marrakech, no Marrocos, que incluiu em seu cardápio o "cuscuz à Paulo Coelho".
Essas celebrações gastronômicas, porém, são risíveis perto do reconhecimento pecuniário do emir de Dubai, que, em 2007, presenteou o autor de "O Alquimista" com uma mansão no valor de US$ 4,5 milhões -dádivas semelhantes contemplariam Pelé, o jogador David Beckham e o piloto Michael Schumacher.
Fatos como estes, relatados na biografia "O Mago", de Fernando Morais, não deixam dúvida: Paulo Coelho não é apenas um fenômeno editorial que suplantou Jorge Amado como escritor brasileiro mais conhecido no mundo; ele é o único escritor de qualquer língua a atingir celebridade planetária.
Morais não busca as razões literárias dessa consagração. Seu enfoque é a obstinação de um jovem que desde muito cedo queria se tornar escritor -a ponto de ter se empenhado mais na construção da imagem de iluminado do que na produção de uma obra. O biógrafo teve acesso a um baú contendo 40 anos de diários e gravações. Num dos trechos, Paulo Coelho escreve: "Sou um guerreiro aguardando sua hora de entrar decisivamente em cena (...) e minha sina é o sucesso. Meu grande talento é lutar por ele".
Até agora, Paulo Coelho era mais conhecido como o parceiro de Raul Seixas, o maluco beleza envolvido em seitas satânicas, que percorreu o caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, e conquistou o estrelato com a publicação de "Diário de um Mago".
Agora, sobe ao palco um personagem que, em meio a promiscuidade, drogas, internação em manicômios (com direito a tratamento por eletrochoque) e prisões sob suspeita (infundada) de envolvimento com grupos terroristas durante o regime militar, orquestrou o sucesso com o calculismo de um administrador de empresas.
A parte mais envolvente do livro corresponde aos anos de formação, marcados pelo fantasma de algumas culpas -como a omissão de socorro após atropelar um garoto ou aquela que considera sua maior covardia: ter se calado quando sua namorada implorava que ele a reconhecesse diante de torturadores do DOI-Codi.
Experiências homossexuais na juventude ou o curioso plágio de um texto de Carlos Heitor Cony (assinado fraudulentamente para um jornal de Aracaju) são momentos de desbunde que preparam a grande virada: uma visita ao campo de concentração nazista de Dachau, durante a qual teve a visão de um facho de luz que indicaria sua "trajetória mágica". "
Morais afirma que o "escritor Paulo Coelho" nasceu naquele dia de fevereiro de 1982. Sua obra propriamente dita só teria início em 1987, com "O Diário de um Mago" -e, com ela, aquilo que ele descreve como "esquartejamento público" do escritor por uma crítica até hoje atônita com seu sucesso.
Para os leitores menos crédulos, as supostas faculdades paranormais de Coelho sempre soaram como um hábil exercício de mistificação. Morais nos mostra, porém, um autor cuja religiosidade e obsessão de ver "sinais" a todo momento parecem autênticas.
Isso certamente não convalida o esoterismo e as lições espiritualistas de seus romances, mas confere complexidade à figura do escritor.
Em resumo, o protagonista de Fernando Morais em "O Mago" talvez seja mais interessante do que qualquer personagem de Paulo Coelho.
O texto foi escrito por Manuel da Costa Pinto, no jornal literário virtual Verdes Trigos, de 3 de junho.