segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
LIVROS NA MESA
Sábado, 26 de janeiro, 3h da tarde, quem adentra o hall da casa do velho Rui?
O João Estrella, o personagem ao vivo e em cores do livro “Meu nome não é Johnny”, escrito pelo primo Guilherme Fiúza. Cara, ele veio de surpresa, chegou assim como quem não quer nada e foi a sensação da tarde.
O João tá com 46 anos, deve ter 1.75cm, moreno, olhos esverdeados e sorriso fácil de gente simpática. Veio de bermudão, camiseta preta e tênis, num visual bem carioca. Ele não é bonito, mas tem um olhar de derreter granito, uma fala calma e um tom de voz que fica no imaginário.
O auditório encheu e o Guilherme começou falando do filme, 1 milhão de espectadores em 3 semanas de exibição, ninguém esperava por isto. Disse que nunca havia escrito um livro antes, já que é jornalista, mas tomou gosto e está no segundo, que é um ensaio econômico.
Ele deu a cada capítulo do “Johnny” um título, e o livro pode ser lido como um livro de contos. Falou bastante do trabalho da escrita, e o que era para ser um ensaio, com os depoimentos do João e os personagens inacreditáveis do presídio, acabou virando um romance. Em seguida leu uma história bem engraçada passada no manicômio judiciário, onde o João ficou de molho por dois anos.
O Guilherme é um cara altamente articulado, aberto, sem falso moralismo. Abordou o problema das drogas sem essas distorções que a própria mídia massifica: uma grata surpresa.
Enfim, crianças, foi uma boa palestra e um debate esclarecedor, sobre um livro que se lê de um só fôlego, bem escrito e que mostra o lado pesado da vida num estilo denso mas engraçado, pois o João tirou partida do seu bom humor nas horas mais imprevisíveis.
Quem não foi, perdeu, mas no fim de fevereiro teremos mais uma palestra, com o Jefferson Ribeiro de Andrade: Literatura e História. Não percam!
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Um comentário:
Gostaria de agradecer à Estação das Letras pela excelente oportunidade de compartilhar de uma tarde esclarecedora. Ressalto a participação das "senhoras" com perguntas totalmente pertinentes e atuais. Como jornalista, assimilo a crítica Feita pelo autor Guilherme Fiúza, sobre o despreparo de repórteres que perdem a grande oportunidade de subtrair do autor mais do que um furo, e sim, informações baseadas numa boa apuração anterior.
Gostaria por fim, de registrar a presença do ator da peça "Os Desesperados", Álamo Facó, que também participou do filme "Tropa de Elite" entre outros trabalhos.Talvez um posicionamento dele, que "viveu" a obra, poderia ter somado ainda mais pontos à tarde de tanto conteúdo. Mas, mesmo assim, considero o evento "Livros an mesa" de extrema competência.
Parabéns!
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